segunda-feira, 11 de março de 2013

VIOLÊNCIA CONTRA MULHER


Março de 2012 foi o mês mais violento para a mulher em Taboão

Atualizado em: 8/03/2013 GCM Teixeira
violencia
DivulgaçãoAs mulheres de Taboão da Serra têm pouco o que comemorar nesta sexta-feira
As mulheres de Taboão da Serra têm pouco o que comemorar nesta sexta-feira (08), quando o Brasil e vários países do mundo reservam a data para homenageá-las. A Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher (DDM) do município registrou 416 ocorrências de violência contra a mulher no ano passado, 143 a mais que em 2011. 
 Destes casos, 364 foram de lesão corporal dolosa (quando há intenção). Apenas os casos desta natureza superaram todos os outros registrados no período. Em 2011 foram 273 casos. Um dado chama atenção nos números analisados pela reportagem doJornal na Net, e aponta uma triste coincidência: o mês de março fora o mais violento.
 Enquanto em 2011 as ocorrências de violência contra mulher - lesão corporal dolosa e culposa, estupros roubos e furtos- somaram 22 casos, este número mais que dobra e chega a 51. A situação se repete no caso da violência sexual. Na cidade, 43 mulheres foram estupradas em 2012, enquanto no ano anterior foram 40 casos registrados.
 Apesar de preocupantes, os números demonstram reação positiva do “sexo frágil”, de acordo com análise da delegada Cláudia Brandão Parra, responsável pela DDM em Taboão da Serra. “As mulheres têm se conscientizado cada vez mais da importância de se denunciar os casos de violência sofridos por elas”, justificou.
 Ela credita à Lei Maria da Penha (11.340, de 22 de setembro de 2006) a mudança do cenário, mas aponta que ainda há um grande caminho a se percorrer. “É evidente a influência da lei na mudança no comportamento das agredidas”, defende. “Avançamos muito em seis anos, mas há ainda muito o que mudar”, ponderou.
 De acordo com ela a faixa etária das vítimas é de 25 a 45 anos e os agressores, na maioria das vezes, é alguém do convívio. “Infelizmente o autor é geralmente o companheiro ou um familiar, mas alguém que participe de sua rotina”, disse. J.S.S., 25 anos, moradora do Parque Pinheiros, se enquadra no perfil descrito.
 A jovem fora socorrida por agentes da Guarda Civil Municipal na movimentada Estrada Kizaemon Takeuti, onde foram abordados por populares. A vítima se encontrava com as roupas ensanguentadas, após ter sido agredida pelo ex-companheiro que não aceitava a separação. “Não dava mais para aguentar tamanha violência”, disse em depoimento.
 Depois de uma série de agressões ao longo de seis anos de relacionamento, ela resolveu denunciar o companheiro. A delegada destacou a importância da atitude de J.S. S. para a mobilização das entidades responsáveis pelo combate ao crime.  “É preciso denunciar. Só assim a mulher exigirá do poder público, da sociedade, mudança de postura”, concluiu.

 Violência psicológica

Além das marcas visíveis da violência sofrida, as mulheres ainda convivem com os traumas causados pelas agressões sofridas. “Os danos para a sociedade são enormes, com perdas em diversas esferas”, explica a socióloga Wânia Pasinato, pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP).
  De acordo com ela, além de impactar a forma como os filhos dessas relações vão constituir suas próprias relações no futuro, as vítimas de violência deixam de produzir e de se desenvolver como poderiam no mercado de trabalho. “É comum que as vítimas incorporem a violência e a agressividade em seus relacionamentos e nas formas de comunicação”, disse
 Em Taboão da Serra, além da delegacia específica para atender às mulheres vítimas de violência doméstica e sexual, o município conta com a Coordenadoria dos Direitos da Mulher desde 2006.  Hoje ligado ao Programa de Centro de Referência para o Atendimento Integral à Mulher e a Família.
Dentre os serviços oferecidos à população, estão os serviços de atendimento psicossocial aconselhamento e encaminhamento jurídico, além de acolhimento de mulheres em situação de violência em momentos de crises. A partir de janeiro de 2013 o Centro passou por mudanças atende em novo endereço desde então.
  “Nossa intenção é ampliar ainda mais a rede de proteção às mulheres vítimas de violência”, disse na ocasião a Secretaria de Assistência Social e Cidadania, Arlete Silva.
O órgão respondia diretamente ao gabinete do prefeito e, segundo Arlete, a mudança atende à “manutenção dos serviços, visando à autonomia” na proposta de trabalho, disse.

Serviço:

DDM Taboão da Serra

Estrada das Olarias, 670, Jardim Guaciara
 (11) -4685 4268

Coordenadoria dos Direitos da Mulher

Rua Henrique Moraes Camargo, 112 - Jardim São Paulo
 (11) 4139-1105

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