domingo, 6 de setembro de 2009

VOTAÇÃO NA CÂMERA






Megaesquema de segurança “blinda” votação na Câmara

Depois da última terça-feira, dia 1º, quando a sessão da Câmara Municipal de Taboão da Serra virou um verdadeiro palco de guerra, a continuação da votação que alterou a lei que regulamenta o transporte alternativo na cidade foi muito mais tranquila. Um megaesquema de segurança inibiu manifestações mais exaltadas e com isso a votação seguiu sem transtornos.
Diante dos fatos da terça-feira, a Polícia Militar, a GCM e a Polícia Civil prepararam a maior operação policial que a cidade já viu. Ao todo, 105 policiais e mais de 35 viaturas trabalharam no esquema de proteção a Câmara Municipal. Apesar disso, muitos comércios do Jd. Maria Rosa preferiram fechar as portas com medo de tumulto e quebra-quebra.Foto: Rose SantanaPerueiros conversam com o vereador Elói antes do início da sessão
Na manhã da última sexta-feira, dia 4, o comando da Polícia Militar chamou representates dos perueiros para uma reunião. Do encontro foi assinado um termo de conduta, onde os donos de lotação se comprometeram a manter a ordem durante a sessão. “Já tinhámos esse acordo e ele foi cumprido na íntegra”, elogiou o Major Carnevale, da PM.
O esquema de segurança começou a ser armado por volta das 10h, quando o estacionamento da Câmara Municipal foi isolado pela GCM. Às 13h, viaturas da Polícia Militar se posicionaram em locais estratégicos, fechando o cerco em torno do prédio do Legislativo.
A sessão estava marcada para começar às 15h40, o clima era tenso, principalmente entre os perueiros que se recusavam a entrar no plenário da Câmara. Todas as pessoas que entravam no prédio eram revistadas com detector de metal pela GCM. A medida de segurança revoltou os perueiros. “Nós não vamos entrar, não vamos passar por esse constrangimento. Aqui ninguém é bandido, somos trabalhadores”, disse Amaro, diretor da Coopergente.
O presidente da Câmara Municipal, José Luiz Elói, chegou a convidar pessoalmente os perueiros, mas a categoria decidiu ficar do lado de fora. As portas do plenário foram abertas, mesmo sem a revista, a maioria dos manifestantes resolveram ficar do lado de fora.
A sessão teve início às 15h40 e logo no início surgiu um novo impasse. O vereador Valdevan 90, relator do projeto pela Comissão de Trânsito e Transporte, pediu mais tempo para analisar as propostas antes de dar o parecer final. O líder do governo, Paulo Félix, foi contra e pediu que o presidente da Casa nomeasse um novo relator.
Depois de uma reunião entre os parlamentares chegou-se, em fim, a uma decisão. Os vereadores Aprígio e Cido apresentaram parecer favorável a votação do projeto. Valdevan 90 permaneceu contra, mas a maioria venceu e a votação tinha início às 16h40.Foto: Rose SantanaPoliciais Militares ficaram do lado de fora da Câmara Municipal em grande número
O vereador Valdevan 90 ainda pediu para seus pares a votarem contra o projeto. “A população, mais cedo ou mais tarde, vai pagar por essa decisão. O maior interessado com esse projeto é a Viação Pirajuçara. Quando não tinha perueiros eles faziam o que queriam, os ônibus viviam lotados e os passageiros eram mal atendidos”, disse.
Paulo Félix subiu a tribuna para defender o projeto. Disse que a população ganha com as mudanças e que todos os perueiros que estão hoje no sistema poderão participar da licitação através das cooperativas. “O sistema [de transporte alternativo] não pertence a prefeitura, não pertence aos perueiros, não pertence a nenhuma empresa. Ele pertence ao povo”, disse.
Durante o discurso de Paulo Félix, as poucas manifestação da tarde foram ouvidas. Muitos perueiros vaiaram o vereador e alguns chegaram a chamar o orador de “corrupto”. Neste momento policiais civis que estavam a paisana prenderam quatro manifestantes por calúnia. Eles foram levados a delegacia, mas liberados em seguida.
Apesar dos apelos, o projeto foi aprovado por 11 a 1 (somente o vereador 90 votou contra e presidente da Casa, José Luiz Elói, só vota em caso de empate). Entre as principais mudanças que foram aprovadas estão a diminuição de oito para cinco anos de uso dos micro-ônibus e a mais polêmica, a que prevê que apenas pessoas Jurídicas possam participar da licitação, antes da votação na Câmara, apenas pessoas físicas podiam participar.
No fim da sessão, a reportagem do Portal O Taboanense tentou falar com representes da Coopertab, mas eles não quiseram dar entrevistas. Os diretores da Coopergente afirmaram que vão contestar as mudanças da lei na justiça, mas não devem realizar protestos na cidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário